...Nosso jeito de viver pode promover, ou não, a liberdade fundamental daqueles que fazem parte de nosso horizonte de sentido. Se nós dizemos que amamos, então precisamos ser instrumentos de libertação na vida dos que dizemos amar.O que dá testemunho de nosso amor não é a declaração que a linguagem das palavras nos permite, mas é a linguagem dos gestos que concretizamos diariamente...
Sempre que nos manifestamos na vida afetiva, em um relacionamento, fundamentamos os conceitos: Prazer e Desejo.
Numa relação afetiva, onde o desejo sobrevive, é sempre apresentado pelo outro, uma nova interpretação do que somos, uma nova visão que nos apaixona; a profundidade de prazeres preservados na dignidade, sem acorrentar nossa liberdade. São relações duradouras, são amores que se preservam pela força do desejo.
A permanência na relação indica que o desejo está vivo.
Quando a relação é duradoura, e por saber estarmos sempre em movimento, num processo de feitura, precisamos constantemente idealizar uma continua conquista.
Sejamos libertos dos malefícios do mito do amor romântico, onde somos sempre perfeitos e vivemos felizes para sempre. A vida não é um conto de fadas, mas não estamos privados da busca da felicidade que ela nos sugere. Não existe uma relação afetiva ideal, mas sim a certa, que tem defeitos e qualidades, e na soma de tudo o resultado em que resolvemos acreditar.
Não tenho aqui, agora, a minima intenção de estender as implicações fisiológicas pelas quais as palavras " prazer e desejo ", venha a sofrer conotação da interpretação filosófica religiosa, associando-as a desejos e prazeres mundanos e pecaminosos.
O prazer é um processo natural em nossa humanidade, é um impulso rápido, não existe para ser definitivo.
O desejo sim, é fundamentado em nossa existência em termos de qualidade, é profundo e pertence a realidades definitivas. Prazer é consequência do desejo que vem antes.
" Corpos perfeitos despertam prazeres, mas nem sempre despertam desejos".
Existe sempre um contexto polarizado: " subjetividade e objetividade" no ser.
Pensamos subjetivamente quando nosso ponto de referência está dentro de nós mesmos e nosso pensamento dirigido para a expressão de nossos sentimentos e para a satisfação de nossas necessidades.
Para pensar objetivamente, o ponto de referência deve situar-se fora do self e a compreensão da relação causal não deve ser influenciada pelos sentimentos pessoais e pelos desejos. O pensamento objetivo procura definir relações causais em termos de ação em vez de sentimentos...
Embora se diga que o prazer é uma tentação do diabo, o prazer não pode ser proporcionado pelo diabo.
Apesar de o prazer ser efêmero e abstrato, assenta-o na mente, pois nele está o significado da vida.
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