terça-feira, junho 19, 2012

O ESPÍRITO DA NOSSA ÉPOCA

"... No primeiro dia da criação , Deus disse " Faça-se a luz - e a luz se fez. Ele poderia ter dito " Que sejam feitos os olhos" - e daria na mesma.
O que importa a luz sem o olhar ?
Mas, se basta olhar para ver a luz, por que dizemos em nossas orações, " que Deus me ilumime ? "
Por que vivemos procurando um iluminado que nos mostre o caminho ?
A luz está sempre ai- então por que ou como deixamos de vê-la? Por que nos perdemos ?
Porque as palavras nos roubaram a visão...
( J.A. GAIARSA )
Para uma jornada que vai além do seu mundo perceptivo conhecido, há sempre o convite para olharmos a paisagem interior, que varre a nossa psique abaixo do limiar da nossa consciência, revelando através da nossa experiência pessoal o que é inseparável das formas culturais mais amplas.
Conheço uma história que pode muito bem exemplificar a compreensão exigida de nós, daquilo que se é peculiar a cada época específica: - " Um indio de uma remota aldeia, acompanha um antropólogo, se aventurando para fora da floresta pela primeira vez. Não tinha a minima idéia do que o espera na cidade grande. Quando chega a cidade, engole em seco, sem acreditar no que via.
Voltando a floresta, ele não consegue parar de falar de sua aventura.
- Há uma coisa chamada carrinho de mão, eu vi com meus próprios olhos! - disse ele. Sabem quantas bananas eu consegui carregar ? Um número maior do que eu poderia precisar de uma vez!
O indio nem menciona os arranha-céus, os automóveis ou os computadores que viu .
Ele nunca havia chegado sequer a registrar a existência deles. Tratava-se de coisas tão distantes de sua vida na floresta que não havia como ele ver o sentido que tinham.
Ele foi à cidade e viu apenas um carrinho de mão.
Você pode até achar exagero, mas há um pouco desse indio da floresta em cada um de nós.
Olhamos o nosso mundo e só registramos o que conhecemos. Acordamos todos os dias, e como ele parece  o mesmo de ontem, acreditamos que nada de muito importante aconteceu.
Embora alguns de nós tenham começado a armar suas cabanas na aldeia global, ainda continuamos a ver os efeitos atravéz dos mesmos filtros que sempre usamos.
A partir das direções aparentemente divergentes que a cultura possa assumir, há sempre uma voz ou visão esforçando-se para ser ouvida.
Reconhecer e compreender o espírito de cada época, é o primeiro passo, nos colocando na jornada futura.