segunda-feira, abril 30, 2012

A UNILATERALIDADE DO ORIENTE E DO OCIDENTE

" Nada tenho a objetar contra semelhante unilateralidade(...)
Sem unilateralidade, o espírito humano não poderia desenvolver-se em toda sua diversidade.
Mas creio que não faz mal tentarmos compreender ambos os lados" ( Jung )
Atitudes distintas entre Oriente - Ocidente causam uma diferença na conceituação do que é o real.
Qual verdadeira realidade seria considerada para um e outro lado ? Existe uma dificuldade real ao se lidar com conhecimentos, que, em alguns momentos, apresentam atitudes inconciliaveis e incompativeis.
Entre essas incompatibilidades, estaria o objetivo de conseguir-se uma consciência sem o " EU " das práticas de meditação. Para o Ocidental trata-se de algo impensável, pois, se não existe o " EU ", estará faltando alguém que possa se tornar consciente de alguma coisa.
Jung poderia estar radicalizando, ao afirmar " Que sentido tem imitar a ioga, ( exemplificando) se o lado escuro do homem continua tão cristão, (exemplificando) e medieval quanto antes? "
Condescendente, Jung considerava unilateral tanto a introversão oriental como a extroversão ocidental.
A primeira, por menosprezar o mundo da consciência, ligado à objetividade cotidiana. Um iogue, por exemplo, viveria mais identificado com os fenômenos inconscientes e consideraria a objetividade, uma ilusão.
A segunda, por desvalorizar o mundo do inconsciente, no qual repousa a possibilidade de união homem-cosmos. É o desprestígio do homem interiorizado.
portanto Jung concluía que ambas posições eram unilaterais, já que desvaloriza o que não se ajusta à sua atitude típica.
Embora rejeitasse a unilateralidade da atitude extrovertida ocidental, ele não aconselhava uma simples mudança de posição...
_ O trecho acima, uma copilação de alguns tópicos, do extenso trabalho de pesquisa do autor, o médico psiquiatra ( Paulo Vicente Bloise ), que aborda em seu livro o enfoque da psicologia analítica e a filosofia taoísta.
A relevancia de conhecermos as possiveis implicancias psicológicas, principalmente para o ocidental, está em que, não se pode simplesmente desconsiderar a realidade objetiva, tomando-a  por ilusão. Mas...
Ao se buscar a intereza em uma transformação abrangente e intensa, é eminente a crise espiritual, pois, também existe a possibilidade de morte: para o ocidental; a morte simbólica das raízes.
A vida é uma Mandala doTodo. Uma mandala é uma imagem, em geral complexa, que representa o Grande Circulo da existência, a totalidade sagrada, um mundo completo. O objetivo da vida espiritual é descobrir e incorporar esse todo sagrado.
... Monges, freiras, mestres de meditação e adeptos espirituais, acabam descobrindo áreas inteiras da vida de que não tinham consciência. É o próprio treinamento espiritual que ensina a negligenciar ou negar as necessidades humanas básicas. E os que nunca chegam a incluir esses aspectos da vida em sua prática acabam sofrendo, sem necessidade, de saúde precária a problemas emocionais.
Qualquer área que continue inconsciente traz com ela sofrimento, conflito e limitação.
" Não dá para acertar num departamento da vida e continuar errando em outro". ( Gandhi )
Áreas espiritualmente não trabalhadas da vida revela opiniões e medos ocultos. Acredita-se, por exemplo, que o corpo, os relacionamentos, o planejamento do futuro, o dinheiro, a sexualidade, a política - é " não-espiritual ", perigoso, feio, uma cílada.
Esse medo ergue muros, isola o coração e divide o mundo em partes sagradas e não sagradas.
COMPARTIMENTALIZADAS, as experiências de realização não se desenvolvem : Como as árvores bonsai, são belas mas atrofiadas...

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